“Eu gostaria de contar com a assinatura de todos para que possamos encaminhar uma Nota de Repúdio à Câmara de Vereadores de Curitiba, pois no Brasil existe a Lei Nº 7.716 que trata da intolerância religiosa, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei Nº 9.459 de 13 de maio de 1997, considerando crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões que é o que esse vereador claramente praticou. Quero alertar os cristãos de todo o país, sejam católicos, evangélicos ou de qualquer outra religião para que não silenciem diante de uma prática criminosa desta. Eu sou cristão e vou reagir”, observa.
Capitão Samuel lembrou que o Dia da Intolerância Religiosa é comemorado em 21 de janeiro e parabenizou as religiões de matriz africana. “Quero parabenizar pela união, pela luta na defesa e na tolerância religiosa. “A data foi escolhida porque no dia 21 de janeiro, um candomblé foi invadido e uma praticante da religião morreu nessa invasão. Hoje, mais de 50% das religiões brasileiras é formada por cristãos, evangélicos ou católicos e não vão reagir a invasão a uma igreja; vão ficar quietos?”, indaga acrescentando ser preciso que se defenda a prática religiosa de cada um.
Na nota, o parlamentar destaca a prática de agressividade e ofensa relatadas pela Arquidiocese de Curitiba. “O ato se trata de uma ação de profanação injuriosa em que a lei e a livre cidadania foram agredidas, quando o vereador Renato Freitas conduziu dezenas de pessoas com bandeiras de partidos políticos a entrar à força num templo, invadindo a igreja e gritando palavras de ordem como racistas e fascistas. Durante a invasão, várias pessoas que estavam cultuando a sua fé foram empurradas e isso atinge a todos os cristãos e nós precisamos reagir de forma muito forte. Cruzar os braços num momento como esse é aceitar a intolerância religiosa”, acredita.
Apartes
Goretti Reis: “É preciso ter limites e respeito à sociedade”
Em apartes a deputada Goretti Reis (PSD) lamentou o fato e afirmou que se somará ao repúdio do deputado Capitão Samuel. “Fatos como esse deixam a sociedade indignada com a falta da respeito ao local que a gente considera como sagrado para os fiéis. Precisamos respeitar as diversas manifestações religiosas sejam da Igreja Católica, da Igreja Evangélica, dos espíritas e dos praticantes das religiões de matriz africana. Ele não poderia chegar pelo fato de ser vereador e achar que tem o direito de invadir e fazer manifestações, quando existem espaços públicos e outros locais para se manifestar. Cada um tem a sua ideologia, mas é preciso ter limites e respeito à sociedade”, entende Goretti Reis.
O deputado Dr. Samuel Carvalho, que é evangélico, também aparteou o discurso do colega Capitão Samuel.
Dr. Samuel: “Nada justifica entrar em um templo religioso para protestar”
“Quero manifestar a minha solidariedade e me colocar a disposição para subscrever essa Moção de Repúdio muito importante, pois a intolerância religiosa tem aflorado em todo o Brasil. Recentemente vimos um episódio em que um rapaz entrou numa igreja evangélica e matou a mãe de um cantor (uma senhora com 90 anos de idade) com uma pedrada. É muito importante esse tema trazido para o plenário para que as pessoas possam respeitar a vida de todo mundo, independente de credo, opção religiosa e tendências com relação às questões religiosas. Nada justifica entrar em um templo religioso para protestar, indo de encontro a um princípio básico da Constituição Federal que é a liberdade de culto”, enfatiza.
Fotos: Jadilson Simões/Alese
Fonte: Alese
PARABÉNS pela iniciativa DEPUTADOS, nada mesmo justifica uma ação truculenta dessa.
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